INOVAÇÃO V

Olá amigos fiéis!
Mais uma semana se passou e cá novamente estamos a escrever nossas palavras semanais. Hoje faremos mais uma abordagem acerca da inovação no Brasil. Que fique claro que nosso objetivo aqui é dar um tratamento superficial acerca de todos os temas abordados e não tratá-los em profundidade.

Como vocês devem ter percebido pelos nossos textos anteriores, o Brasil está a despertar para a inovação agora. Somente na última década preocupou-se de fato e formalmente com o aspecto das inovações tecnológicas como sendo um item fundamental na garantia da sobrevivência e competitividade deste país frente a um mundo globalizado. Tirando algumas áreas a exemplo da agropecuária e petróleo, nosso país estava e está na dependência tecnológica de outros. Para deixar de ser mero figurante no cenário mundial e atuar como um país forte e líder há também que trabalhar arduamente, preparar o terreno interno, mostrar resultados e desenvolver as próprias tecnologias. Mostrar de fato ao mundo nossas capacidades e não ficar apenas nas possibilidades potenciais “enormes” do Brasil. Não fazermos mais discursos falaciosos e mostrar resultado a partir de ações consistentes.

Como já dito, com alguns bons anos de atraso, o Brasil acorda para o mundo, seja por vontade própria ou por necessidade, não interessa, o que nos importa é que apesar de tudo estamos a viver um momento importante em nossa história e que poderá mudar o rumo do país se as evoluções das ações (principalmente as governamentais) continuarem como estamos a observar.

Os melhores exemplos, mas não os únicos, são aqueles dados por meio do Governo Federal por meio do Ministério de Ciência e Tecnologia que incentiva ações de desenvolvimento tecnológico e consequentemente da inovação. A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) periodicamente vem lançando chamadas públicas de modo a quem possa interessar a participar de programas de incentivo às ações inovadoras. Tais ações têm contemplado Universidades, Institutos, Empresas Públicas e Privadas, e até mesmo Pessoas Físicas. Esses incentivos acontecem principalmente sob a forma de apoio financeiro à execução de projetos. Muitos destes projetos são na forma de subvenção econômica, ou seja, valores não reembolsáveis, para que possa ser viabilizada a execução do referido. Na maioria dos casos exige-se um projeto muito bem descrito e pormenorizado (item extremamente importante), estar fiscalmente em ordem ou em dia e entrar com uma parcela de contrapartida. Há casos em que a contrapartida chega a ser apenas de 5% do total subvencionado.

Recentemente a FINEP lançou o edital de subvenção econômica 2010, num total de R$ 500 milhões. Tais recursos, de natureza não reembolsável, apoiarão projetos de inovação desenvolvidos por empresas nacionais em seis áreas estratégicas: tecnologias da informação e comunicação; energia; biotecnologia; saúde; defesa; desenvolvimento social. Poderão concorrer empresas de qualquer porte, individualmente ou em associação com outras empresas. Os  projetos devem ter piso de R$ 500 mil e teto de R$ 10 milhões e precisam ser condizentes com o faturamento ou com o capital social da empresa em 2009. Dessa forma, a FINEP visa assegurar que a empresa possa desenvolver um projeto de acordo com o seu porte. No mínimo, 40% dos recursos previstos no edital serão investidos em empresas de pequeno porte, e a contrapartida varia entre 10% e 200% do valor do financiamento, dependendo do porte da empresa. Com isso, a intenção da FINEP é dividir com o empresário o risco da inovação. As empresas que tiverem interesse podem recorrer aos programas de crédito da FINEP para levantar os recursos oferecidos como contrapartida na proposta de subvenção econômica. Este edital está acessível em: 



Este é um exemplo, e várias outras ações periódicas estão sendo verificadas. Outro exemplo muitíssimo interessante desenvolvido pela FINEP é o programa PRIME - Primeira Empresa Inovadora. Este programa tem como objetivo financiar o nascimento consistente de empresas que propões alguma inovação tecnológica. Para entender bem a natureza do programa, precisamos partir de algumas premissas. 1) As idéias inovadoras, normalmente são fruto de pesquisa e em geral trabalhos de conclusões na universidades, dissertações de mestrado e teses de doutorado. Como dissemos isso acontece, ou deveria acontecer na maioria dos casos, mas há também os pesquisadores independentes e/ou empresas dedicadas a este fim. 2) Normalmente o detentor do conhecimento técnico, o desenvolvedor da nova tecnologia não possui conhecimentos administrativos, e de gestão de negócio. 3) Normalmente não há recursos financeiros para se iniciar um eventual negócio próprio. Essa falta de recursos abrange os aspectos relacionados às finanças da empresa bem como o da própria subsistência do dono da idéia-negócio.

A idéia do PRIME, portanto, visa suprimir ao máximo estes aspectos que impedem o desenvolvimento dessas idéias-negócios-empresas. Visa também uma aproximação do pesquisador ou dono da idéia ao mundo empresarial, mundo dos negócios com o qual ele não está familiarizado. Assim os recursos provenientes do programa, contemplam a subsistência do empreendedor, por conseguinte a aproximação da Universidade e da Indústria, a profissionalização da gestão mediante contratação de um profissional da área, prospecção de mercado, mediante contratação de consultoria de mercado e a gestão do negócio como um todo, mediante a contratação de consultorias de gestão. O PRIME é uma iniciativa sem precedentes na história do Brasil e está a contemplar uma enorme quantidade de empresas nascentes e fomentando as idéias inovadoras em todo o território nacional.

Não obstante às ações federais, também está havendo uma maior mobilização por parte das Fundações Estaduais de Apoio à Pesquisa, que por meio de suas chamadas públicas também disponibilizam recursos para projetos inovadores. A FAPESC (Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina), por exemplo, em 2009 lançou um edital de subvenção à projetos inovadores que contemplava pessoa física, vejam só, para desenvolvimento do produto ou processo.




Além das ações destes organismos, também há muitos outros que direta ou indiretamente estão envolvidos em ações inovadoras. O CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) está promovendo ações intermitentes de apoio e incentivo à inovação. Está aberto, por exemplo, o edital para aproximação do pesquisador à empresa, que contempla bolsas para Doutores e Mestres, a fim de desenvolverem seus projetos dentro da própria empresa. A contrapartida da empresa basicamente se dá por disponibilização do espaço físico e equipamentos, enquanto o edital contempla o pagamento das bolsas aos pesquisadores e seus auxiliares. Vejam o Edital



O Sistema Brasileiro de Tecnologia (SIBRATEC), operado pela FINEP, é um instrumento de articulação e aproximação da comunidade científica e tecnológica com empresas. A finalidade é apoiar o desenvolvimento tecnológico das empresas brasileiras dando condições para o aumento da taxa de inovação das mesmas e, assim, contribuir para aumento do valor agregado de faturamento, produtividade e competitividade nos mercados interno e externo. Instituído pelo Decreto 6.259 de 20 de novembro de 2007, o SIBRATEC (Sistema Brasileiro de Tecnologia) atende aos objetivos do Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional (PACTI 2007–2010) e as prioridades da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP).
Além desse mecanismo, há outros meios de alavancar capital para empresas nascentes e inovadoras, como os investidores de capital de risco (ANGELs) e Capitais Sementes para empresas que já estão encaminhadas.

Caríssimos amigos, a rede de apoio à inovação é grande hoje. Importante é mostrar que a idéia é viável, mostrar o empenho de empreender e ter em mãos um bom projeto. Há uma frase que é bem conhecida do grande público e não deixa de ter certo grau de verdade é: “dinheiro há, o que falta são bons projetos”. Às vezes parece um tanto quanto burocrático, mas vale à pena. O Exemplo do PRIME, onde empresaários obtiveram R$ 120.000,00 para organizar e dar consistência à suas empresas e precisam apenas prestar contas deste dinheiro, mas não precisarão devolvê-los, é fantástico. Empresários satisfeitos e empolgados com suas empresas consistentes entrando no mercado da inovação graças a um incentivo, modesto, mas importantíssimo às empresas nascentes.
Faça um bom projeto e vá à busca de recursos. Na dúvida contate-nos. Poderemos esclarecer suas dúvidas com a maior disposição!

Na próxima semana abordaremos aspectos acerca da legislação que contempla os aspectos de inovação, pesquisa e desenvolvimento, no qual finalizaremos as abordagens sobre o tema INOVAÇÃO.

No mais um forte abraço e até a próxima semana!



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