PROJETOS

Olá Amigos! É realmente um prazer estar aqui e poder compartilhar com vocês nosso humilde conhecimento e também disponibilizar este espaço para questionamentos, comentários e afins.

Bom, na semana passada encerramos as abordagens sobre o tema da inovação, pelo menos por enquanto, e começaremos esta semana discutir sobre um assunto muito importante para as organizações, e que tem tomado corpo nas mesas de reuniões e até mesmo ganhado divisões e seções próprias dentro das atividades empresarias. Estamos falando aqui sobre PROJETOS.

De maneira geral as organizações têm concentrado esforços para melhorar as atividades relacionadas a projetos bem como o gerenciamento dos mesmos, destacando funções especializadas para gerenciamento e execução das atividades que são pertinentes às ações de projeto.

Primeiramente vamos tomar algumas definições para que possamos “falar a mesma língua” e também tomar a significação de alguns termos:
  • PMI®-Project Management Institute (Instituto de Gerenciamento de Projetos)
  • PMBOK®-Project Management Body Of Knowledge (Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos)
  • Projeto: “Projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço, ou resultado exclusivo”(Guia PMBOK, 2008, p.11).
Tendo esses termos definidos poderemos abordar então o assunto projetos com mais objetividade, embora este seja amplo e de certa forma complexo. Para maior familiarização, podemos dizer que o PMI® está para Projetos, assim como a ISO está para as padronizações e que o guia PMBOK® está para Projetos, assim como a ISO 9000 está para a qualidade. O PMI® é a principal instituição mundial relacionada a projetos.

O PMI foi fundado em 1969 por cinco pessoas de vanguarda que entendiam o valor do networking, do compartilhamento das informações dos processos e da discussão dos problemas comuns de projetos. Após a primeira reunião oficial em outubro de 1969, no Georgia Institute of Technology em Atlanta, Geórgia, EUA, o grupo constituiu oficialmente a associação na Pensilvânia, EUA.
(www.pmi.org.br)

Existem outras ferramentas e métodos para gerenciamento de projetos, mas os baseados em PMBOK® do PMI® são os mais praticados, existindo inclusive, certificação de excelência em gerenciamento de projetos, algo semelhante às certificações ISO.

Bom, como já dito, um projeto é um esforço temporário, que pode ser de alguns dias, meses ou alguns anos, mas fortemente caracterizado por começo meio e fim. Um processo de fabricação é um exemplo típico do que não pode ser considerado um projeto, pois seus acontecimentos são contínuos no tempo e não tem previsão para acabar. Há uma série de procedimentos já preestabelecidos que independem do resultado final em si. Não significa dizer que a produção de um determinado produto tenha tempo de vida infinito, mas dificilmente este mesmo produto é concebido inicialmente, com uma data “morte”. Ou seja, lança-se um produto/serviço e ele fica no mercado enquanto estiver indo bem, fazendo sucesso e tudo o mais. Um exemplo típico e comum de ações com cunho de projeto seria uma mudança de casa, por exemplo. Há um planejamento inicial, a mudança propriamente dita e depois os ajustes na nova casa. Lógico, essas são as grandes etapas do projeto, e dentro dessas há tantas outras que devem ser gerenciadas para que ao fim e ao cabo o projeto saia como fora planejado e atenda as expectativas.

Projeto pode ser como esse dito acima, mas também pode ser o de um carro novo, de uma nova fábrica, um projeto piloto de testes de produção entre outros. As pessoas que trabalham em um projeto podem também, serem recrutadas temporariamente na execução deste, a construção de um edifício, que reúne pedreiros, carpinteiros, eletricistas, encanadores, mestre de obras, auxiliares, engenheiros, arquitetos e muitos outros, pode ser tomado como um exemplo típico.


Fonte: PROMINP
A figura acima denota o caráter límpido de projetos, especificamente na cor verde, enquanto em vermelho os processos rotineiros. Tomemos inovação acima mencionada, não no sentido inovador prescrita pela legislação, mas por ações novas e inerentes àquele projeto em particular quase que exclusivamente.

Todo esse esforço precisa ser coordenado sob a ótica do gerenciamento de pessoal, gerenciamento financeiro, gerenciamento de materiais, gerenciamento do tempo, entre outros fatores. Gerenciamento de projetos inclui identificação dos requisitos, balanceamento entre as necessidades, balanceamento entre as restrições como escopo, qualidade, cronograma, riscos, etc.

Aliás, por falar em gerenciamento do tempo, certamente todos sabem que não consideramos um projeto bem sucedido aqueles que passam do prazo de entrega, como a exemplo das obras públicas (que o diga a BR 101), mas será que poderíamos considerar um projeto bem sucedido aquele, por exemplo, que foi entregue com seis meses de antecedência? Entregar muito antes do prazo. Seria esse um projeto bem gerenciado e bem sucedido?

Bom, veremos a partir desta série que um projeto será tanto melhor sucedido, quanto melhor cumprir o seu planejamento e veremos também que o gerenciamento de pessoal, financeiro e do próprio tempo são itens fundamentais nos projetos, mas não únicos e por isso o esforço em garantir sucesso de um projeto não é algo trivial.

Um projeto tem ações particulares. A construção de uma barragem em um determinado ponto de um rio, não implica que ter-se-á os mesmos procedimentos para a construção de uma barragem igual em um outro ponto mais abaixo, por exemplo, apesar de ser no mesmo rio. Condição de terreno seria um dos itens que afetaria em muito as diferenças nas execuções das duas barragens. Os acessos, as distâncias, a própria equipe sendo diferente e o conhecimento adquirido pela construção da barragem anterior. Queremos frisar assim o caráter de exclusividade que cada projeto carrega consigo e que o planejamento, execução e resultados diferem entre si, tanto quantitativa quanto qualitativamente.

É isso aí amigos, forte abraço!


INOVAÇÃO VI

Aspectos Legais acerca da Inovação.

Prezados amigos, um grande olá à todos.
Hoje faremos nossa última abordagem sobre o tema inovação. Para tanto, terminaremos descrevendo um pouco os aspectos legais no que diz respeito a esse assunto, principalmente no tocante aos benefícios e incentivos existentes que contemplam as ações voltadas para a inovação.

Não somos especialistas em legislação, mas em linhas gerais poderemos dizer de alguns incentivos legais amplamente divulgados em variados meios de comunicação. 

Podemos começar dizendo acerca da própria Constituição Federal de 1988 que diz que o Estado se compromete com o desenvolvimento científico e tecnológico do próprio país. Em seus artigos 218 e 219 o texto constitucional diz:

Art. 218 – O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas
§ 1º - A pesquisa científica básica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o progresso das ciências.
§ 2º - A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderadamente para a solução de problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.
§ 3º - O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa e tecnologia e concederá aos que delas se ocupem meios e condições especiais de trabalho.
§ 4º - A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação de tecnologia adequada ao País, formação e aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da produtividade de seu trabalho.
§ 5º - É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
Art. 219 – O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e socioeconômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos da lei federal

Em 2002, visando a regulamentação destes itens da Constituição Federal, o Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, encaminhou ao Congresso Nacional um projeto para tal, e em 2 de dezembro de 2004 foi promulgada a lei 10.973 com a finalidade de dispor sobre incentivos à inovação e pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, e em 11 de outubro de 2005 foi efetuada a regulamentação mais refinada da lei por meio do decreto 5.583.

Esta lei fala do estímulo a criação de ambientes e cooperações, dos personagens da inovação tecnológica, das definições de “criador”, “criatura”, e o laboratório, do licenciamento de pesquisadores para a criação de empresas tecnológicas, da flexibilização das atividades e relações das instituições científicas e tecnológicas, estímulos a inovação empresarial, do estímulo ao inventor independente, dos  fundos de investimentos, das participações das Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) no processo de inovação, entre outros.

Em continuidade e tendo vista maior competitividade para as empresas que investem em ciência e tecnologia, a lei 11.196 de 2005 tratou e trata dos aspectos de incentivos tributários a tais empresas. Tal lei é regulamentada pelo Decreto 5.798/2006 e de acordo com seu artigo 2º e também pela medida provisória 428 de 12.05.208 outorga benefícios aos que desta lei se enquadram. Há uma dedução de dispêndios classificados como despesas operacionais para a apuração do lucro líquido. Também gastos com pesquisas tecnológicas no país, instituições de pesquisas, universidades ou inventores poderão contar com benefícios no IRPJ (imposto de renda pessoa jurídica) e CSLL (contribuição social sobre o lucro líquido). A lei permite a possibilidade de excluir do lucro líquido mais de 60% dos dispêndios com inovação e pesquisa, e ainda de acordo com a Medida Provisória (MP) 428/08, a pessoa jurídica que exerce atividades de informática e automação poderá deduzir para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL o valor correspondente a até 60% dos dispêndios realizados no período de apuração com pesquisa tecnológica. Esta dedução poderá chegar a 80% dependendo do número de pesquisadores contratados pela pessoa jurídica.

A lei também permite a depreciação acelerada dos bens investidos para as atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Se a pesquisa terminar antes que possam os bens, ser totalmente depreciados, o saldo poderá ser utilizado com depreciação, no último período, e ainda continuar com benefício no IRPJ.
Bom, não queremos aqui aprofundar muito o tema, sob o risco de tornar essa uma leitura chata, cheia de termos técnicos e tudo o mais que envolve os temas deste cunho. Assim, lançaremos abaixo um resumo para que possamos dar vistas gerais sobre o tema. Segue, portanto:
  • Gastos com P&D podem ser totalmente amortizados no exercício em que foram incorridos, para fins de IR (RIR 300/99 art.349)
  • São tidos como despesas operacionais: o aperfeiçoamento de produtos, processos, fórmulas, técnicas de produção, vendas e administração.
  • Não são despesas operacionais a compra de terrenos, construção civil, equipamentos, máquinas.
  • A depreciação de tais bens entra como despesa operacional.
  • Pode-se deduzir de 60-80% do valor investido em P&D para o cálculo de IRPJ e CCSL (Lei 11.196/2005 art.19)
  • 20% do valor gasto com registro de patente, quando ela sair, pode ser deduzido para fins de cálculo do IRPJ (Lei 11.196/2005 art 20)
  • Pode-se ter depreciação acelerada de 33% à 100% no ano (Lei 11.196/2005 art. 17)
  • Pode-se ter abatimento de até 50% do IPI para compra de equipamentos para P&D  (Lei 11.196/2005 art. 17)
  • Pessoa jurídica que exerce atividades de informática e automação, poderá deduzir, para efeito de apuração do lucro real e base de cálculo do CSLL de 160 a 180% dos dispêndios em PD&I.
Por fim, recentemente foi publicada a Medida Provisória 497 de 27 de julho de 2010 e que promove a desoneração tributária de subvenções governamentais destinadas ao fomento das atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação nas empresas, não serão computadas para fins de determinação da base de cálculo do IRPJ, da CSLL, PIS/PASEP e da COFINS, desde que tenham atendidos os requisitos estabelecidos na legislação específica e realizadas as contrapartidas assumidas pela empresa beneficiária.


Veja mais informações em: http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/8563.html

Prezados amigos, o tema legal acerca da inovação contém muitos aspectos importantes dos quais, no momento, não dispomos de espaço para esclarecimento. Todavia, àqueles que possuem interesse vale à pena pesquisar e usufruir dos benefícios e incentivos que nosso país nos oferece acerca disso, embora que tardiamente.

No mais forte abraço e até a próxima semana com um tema novo!

INOVAÇÃO V

Olá amigos fiéis!
Mais uma semana se passou e cá novamente estamos a escrever nossas palavras semanais. Hoje faremos mais uma abordagem acerca da inovação no Brasil. Que fique claro que nosso objetivo aqui é dar um tratamento superficial acerca de todos os temas abordados e não tratá-los em profundidade.

Como vocês devem ter percebido pelos nossos textos anteriores, o Brasil está a despertar para a inovação agora. Somente na última década preocupou-se de fato e formalmente com o aspecto das inovações tecnológicas como sendo um item fundamental na garantia da sobrevivência e competitividade deste país frente a um mundo globalizado. Tirando algumas áreas a exemplo da agropecuária e petróleo, nosso país estava e está na dependência tecnológica de outros. Para deixar de ser mero figurante no cenário mundial e atuar como um país forte e líder há também que trabalhar arduamente, preparar o terreno interno, mostrar resultados e desenvolver as próprias tecnologias. Mostrar de fato ao mundo nossas capacidades e não ficar apenas nas possibilidades potenciais “enormes” do Brasil. Não fazermos mais discursos falaciosos e mostrar resultado a partir de ações consistentes.

Como já dito, com alguns bons anos de atraso, o Brasil acorda para o mundo, seja por vontade própria ou por necessidade, não interessa, o que nos importa é que apesar de tudo estamos a viver um momento importante em nossa história e que poderá mudar o rumo do país se as evoluções das ações (principalmente as governamentais) continuarem como estamos a observar.

Os melhores exemplos, mas não os únicos, são aqueles dados por meio do Governo Federal por meio do Ministério de Ciência e Tecnologia que incentiva ações de desenvolvimento tecnológico e consequentemente da inovação. A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) periodicamente vem lançando chamadas públicas de modo a quem possa interessar a participar de programas de incentivo às ações inovadoras. Tais ações têm contemplado Universidades, Institutos, Empresas Públicas e Privadas, e até mesmo Pessoas Físicas. Esses incentivos acontecem principalmente sob a forma de apoio financeiro à execução de projetos. Muitos destes projetos são na forma de subvenção econômica, ou seja, valores não reembolsáveis, para que possa ser viabilizada a execução do referido. Na maioria dos casos exige-se um projeto muito bem descrito e pormenorizado (item extremamente importante), estar fiscalmente em ordem ou em dia e entrar com uma parcela de contrapartida. Há casos em que a contrapartida chega a ser apenas de 5% do total subvencionado.

Recentemente a FINEP lançou o edital de subvenção econômica 2010, num total de R$ 500 milhões. Tais recursos, de natureza não reembolsável, apoiarão projetos de inovação desenvolvidos por empresas nacionais em seis áreas estratégicas: tecnologias da informação e comunicação; energia; biotecnologia; saúde; defesa; desenvolvimento social. Poderão concorrer empresas de qualquer porte, individualmente ou em associação com outras empresas. Os  projetos devem ter piso de R$ 500 mil e teto de R$ 10 milhões e precisam ser condizentes com o faturamento ou com o capital social da empresa em 2009. Dessa forma, a FINEP visa assegurar que a empresa possa desenvolver um projeto de acordo com o seu porte. No mínimo, 40% dos recursos previstos no edital serão investidos em empresas de pequeno porte, e a contrapartida varia entre 10% e 200% do valor do financiamento, dependendo do porte da empresa. Com isso, a intenção da FINEP é dividir com o empresário o risco da inovação. As empresas que tiverem interesse podem recorrer aos programas de crédito da FINEP para levantar os recursos oferecidos como contrapartida na proposta de subvenção econômica. Este edital está acessível em: 



Este é um exemplo, e várias outras ações periódicas estão sendo verificadas. Outro exemplo muitíssimo interessante desenvolvido pela FINEP é o programa PRIME - Primeira Empresa Inovadora. Este programa tem como objetivo financiar o nascimento consistente de empresas que propões alguma inovação tecnológica. Para entender bem a natureza do programa, precisamos partir de algumas premissas. 1) As idéias inovadoras, normalmente são fruto de pesquisa e em geral trabalhos de conclusões na universidades, dissertações de mestrado e teses de doutorado. Como dissemos isso acontece, ou deveria acontecer na maioria dos casos, mas há também os pesquisadores independentes e/ou empresas dedicadas a este fim. 2) Normalmente o detentor do conhecimento técnico, o desenvolvedor da nova tecnologia não possui conhecimentos administrativos, e de gestão de negócio. 3) Normalmente não há recursos financeiros para se iniciar um eventual negócio próprio. Essa falta de recursos abrange os aspectos relacionados às finanças da empresa bem como o da própria subsistência do dono da idéia-negócio.

A idéia do PRIME, portanto, visa suprimir ao máximo estes aspectos que impedem o desenvolvimento dessas idéias-negócios-empresas. Visa também uma aproximação do pesquisador ou dono da idéia ao mundo empresarial, mundo dos negócios com o qual ele não está familiarizado. Assim os recursos provenientes do programa, contemplam a subsistência do empreendedor, por conseguinte a aproximação da Universidade e da Indústria, a profissionalização da gestão mediante contratação de um profissional da área, prospecção de mercado, mediante contratação de consultoria de mercado e a gestão do negócio como um todo, mediante a contratação de consultorias de gestão. O PRIME é uma iniciativa sem precedentes na história do Brasil e está a contemplar uma enorme quantidade de empresas nascentes e fomentando as idéias inovadoras em todo o território nacional.

Não obstante às ações federais, também está havendo uma maior mobilização por parte das Fundações Estaduais de Apoio à Pesquisa, que por meio de suas chamadas públicas também disponibilizam recursos para projetos inovadores. A FAPESC (Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina), por exemplo, em 2009 lançou um edital de subvenção à projetos inovadores que contemplava pessoa física, vejam só, para desenvolvimento do produto ou processo.




Além das ações destes organismos, também há muitos outros que direta ou indiretamente estão envolvidos em ações inovadoras. O CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) está promovendo ações intermitentes de apoio e incentivo à inovação. Está aberto, por exemplo, o edital para aproximação do pesquisador à empresa, que contempla bolsas para Doutores e Mestres, a fim de desenvolverem seus projetos dentro da própria empresa. A contrapartida da empresa basicamente se dá por disponibilização do espaço físico e equipamentos, enquanto o edital contempla o pagamento das bolsas aos pesquisadores e seus auxiliares. Vejam o Edital



O Sistema Brasileiro de Tecnologia (SIBRATEC), operado pela FINEP, é um instrumento de articulação e aproximação da comunidade científica e tecnológica com empresas. A finalidade é apoiar o desenvolvimento tecnológico das empresas brasileiras dando condições para o aumento da taxa de inovação das mesmas e, assim, contribuir para aumento do valor agregado de faturamento, produtividade e competitividade nos mercados interno e externo. Instituído pelo Decreto 6.259 de 20 de novembro de 2007, o SIBRATEC (Sistema Brasileiro de Tecnologia) atende aos objetivos do Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional (PACTI 2007–2010) e as prioridades da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP).
Além desse mecanismo, há outros meios de alavancar capital para empresas nascentes e inovadoras, como os investidores de capital de risco (ANGELs) e Capitais Sementes para empresas que já estão encaminhadas.

Caríssimos amigos, a rede de apoio à inovação é grande hoje. Importante é mostrar que a idéia é viável, mostrar o empenho de empreender e ter em mãos um bom projeto. Há uma frase que é bem conhecida do grande público e não deixa de ter certo grau de verdade é: “dinheiro há, o que falta são bons projetos”. Às vezes parece um tanto quanto burocrático, mas vale à pena. O Exemplo do PRIME, onde empresaários obtiveram R$ 120.000,00 para organizar e dar consistência à suas empresas e precisam apenas prestar contas deste dinheiro, mas não precisarão devolvê-los, é fantástico. Empresários satisfeitos e empolgados com suas empresas consistentes entrando no mercado da inovação graças a um incentivo, modesto, mas importantíssimo às empresas nascentes.
Faça um bom projeto e vá à busca de recursos. Na dúvida contate-nos. Poderemos esclarecer suas dúvidas com a maior disposição!

Na próxima semana abordaremos aspectos acerca da legislação que contempla os aspectos de inovação, pesquisa e desenvolvimento, no qual finalizaremos as abordagens sobre o tema INOVAÇÃO.

No mais um forte abraço e até a próxima semana!



INOVAÇÃO IV

Olá amigos! Mais uma semana se passou, em alta velocidade, diga-se de passagem, e novamente estamos aqui para debater o tema da inovação.

Vimos pelos últimos escritos que a inovação é fundamental para a sobrevivência no atual mundo competitivo, principalmente com aquelas empresas de cunho tecnológico. Verificamos também que maneira geral  o tema da inovação passou por mudanças em sua concepção e que, nos atuais dias, é muito difícil desenvolver algo inovador sem uma pesquisa formal, ou seja, de maneira geral inovações ao acaso o descobertas despropositais estão cada vez mais raras. Temos, portanto, que a inovação passa, na maioria esmagadora dos casos, pelas pesquisas formais e muito pelos laboratórios de universidades e institutos de pesquisa. Todavia, somente pesquisa não basta. Esta é a faísca inicial do processo, mas ela por si só não gera renda propriamente dita. A inovação precisa ser “posta no mercado”, e vimos que o Brasil, apesar de produzir uma quantidade significativa de estudos e publicar uma porção de artigos científicos, ainda não possui um mecanismo consolidado de levar essas descobertas ou os resultados de tais estudos à população em geral. Vimos que países como E.U.A, os Tigres Asiáticos, Japão e recentemente a China (agora a segunda economia mundial) conseguiram e conseguem aproximar muito a indústria que manufatura com as universidades que pesquisam.

Mas como diferenciar uma simples invenção de uma inovação? Se existir diferença entre eles, o que poderia ser? Bom, vamos esclarecer mais acerca do termo inovação, para podermos clarificar o debate. Perante os organismos públicos, universidades, instituições e todos os afins, a inovação propriamente dita, segue a definição dada pela Lei 10.973 de 2 de Dezembro de 2004 que dispõe acerca de incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo. Para esta lei, inovação é:

“introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos, processos ou serviços”.

Esta lei prevê as iniciativas e incentivos voltados para o ambiente inovativo e também para o desenvolvimento de tecnologias dentro de nossa própria casa, ao invés de importarmos tecnologia como sempre fez o Brasil. Outra definição importante para a inovação é dada pela lei 11.196 de 21 de novembro de 2005, em seu décimo sétimo artigo e seu parágrafo sexto inciso primeiro que diz:

“considera-se inovação tecnológica a concepção de novo produto ou processo de fabricação, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando maior competitividade no mercado.”

Frente a isso podemos tirar duas conclusões. Uma é que de certa forma o Brasil despertou (um pouco mais tarde, pra variar), para as questões de inovação tecnológica e de certa  forma procura copiar receitas que no passado, até mesmo recente, funcionaram em outros países. Isto é, o governo interferindo e subsidiando ações onde a iniciativa privada não dá conta, seja pelos altos investimentos e falta de garantias, ou até mesmo pelo seu próprio desinteresse.
Outra conclusão acerca do tema em questão na forma da lei e, portanto, apta para receber apoios e recursos governamentais é que inovação não é pura e simplesmente invenção. Para que seja caracterizada inovação, ela deve ser uma novidade que garanta competitividade para quem a implemente. Em outras palavras, a idéia tem que vender! Tem que ser bem vinda pelo público. Não adianta inventarmos, por exemplo, uma máquina de descascar bananas se ninguém se interessar em comprar! Pode ser uma invenção única, esplêndida, totalmente automática e computadorizada, mas se ninguém se interessar por ela não constituirá uma inovação. Por outro lado, uma inovação não necessariamente tenha que ser algo absolutamente novo ela em si possui duas características principais: pode ser radical (uma invenção que deu certo e vendeu) ou inovação incremental (melhorias significativas). Sendo assim, podemos considerar inovação, um novo método de produção, diferente do tradicional, ou seja, um novo jeito de fazer determinado produto ou serviço, também pode ser até mesmo uma matéria prima diferente na constituição de um produto, que acabe por reduzir custos de produção e que terá menor custo ao consumidor final, por exemplo. Assim vemos que a inovação não é somente a invenção pronto e acabou.

Dessa forma, com legislação específica, o governo juntamente com as instituições de pesquisas começam a construir um arcabouço com subsídios interessantes e atraentes para o desenvolvimento das inovações tecnológicas no país. As leis de incentivo à inovação que permitem dedução tributária e aproximação das instituições de pesquisa e empresas constituíram um divisor de águas para o Brasil no que diz respeito a este assunto.

Todavia ainda é necessário destacar que a pesquisa deve ser levada a cabo por meio da produção em larga escala pelas empresas e essa ponte chama-se Desenvolvimento. Para que o resultado de anos de pesquisa se traduza em benefícios sócio-econômico, se faz necessário desenvolver tal tecnologia, adequá-la às necessidades dos clientes e às características da fabricação em grande quantidade. É como aquele cervejeiro artesanal que após longa experiência e pesquisas experimentais em sua casa, conseguiu desenvolver uma cerveja de sabor ímpar devido ao aumento da temperatura em sua panela por um tempo de cinco minutos e depois pelo resfriamento gradativo, num tempo também controlado. De uma pesquisa conseguiu-se um resultado, descobriu que o aumento da temperatura por um período e o resfriamento por um período bem maior, garantiu um sabor inigualável. Ele pode patentear o processo, colocar seu nome e tudo o mais. Mas, como garantir uma produção em larga escala? A isso chamamos de desenvolvimento. Colocar o produto pronto para o consumo final. Muitas vezes se descobre que para fabricar em larga escala o mesmo produto pesquisado, ou trabalhar com resultados de pesquisa diretamente dentro da indústria, torna-se inviável, principalmente no que diz respeito a finanças. O produto final seria muito caro e ninguém o compraria...

Para finalizar, portanto, podemos dizer que a inovação depende de pesquisa, desenvolvimento e mercado que se interesse pelo produto/serviço novo ofertado. Inovação pode ser radical ou incremental e pode implicar em novos produtos, processos, redução de custos fabris entre outros.

Caros amigos é isso aí! Forte abraço e até a próxima semana.

INOVAÇÃO III

Olá amigos acompanhantes e leitores de nosso blog. Semana passada foi fera por aqui, e infelizmente não conseguimos publicar nenhum texto em nosso blog, mas agora estamos a fazê-lo.
O tema que estamos dando foco (e não focando) é INOVAÇÃO. Esse termo, por muitas vezes é mal interpretado dado às diversas óticas lançadas a tal palavra. Tentaremos pouco a pouco esclarecer melhor acerca disso, juntamente com vocês, nossos leitores, de modo a termos melhor entendimento e aproveitamento das oportunidades quando nos aparecerem.
Pelo humilde direcionamento que estamos dando ao tema da inovação por meio de nossos textos semanais, podemos observar que para termos uma inovação devemos passar por alguma forma de pesquisa. É importante termos claro de antemão, entretanto, que inovação não é invenção. Ou seja, nem toda invenção é uma inovação. Inovação também não é melhoramentos de métodos e processos exclusivamente ou aplicação de ciclo PDCA. Inovação vai muito além! Todavia, para darmos claridade às nossas idéias, bem como direcionamento a elas, tomemos inovação (por hora) como sendo algo novo, ou algo melhorado, como disse, apenas inicialmente. Em textos futuros abordaremos as diferenças entre inovação, invenção, melhoramentos, etc.
Como dizíamos, a inovação passa por pesquisa. Suponhamos então um sujeito que está na sua garagem de casa com suas ferramentas tentando desenvolver algo que resolva um problema seu, digamos que ele queira achar uma boa maneira de se cultivar pimentas em casa e quer fazer testes com vários tipos de plantas, terras, adubos e recipientes. Esse cidadão experimenta plantar algumas sementes diretamente no solo, outras sementes ele coloca em vasos tipo aquele de folhagens, alguns ele corta garrafas plásticas do tipo PET para experimentar como vasos e também para reutilizar as embalagens. Faz também algumas misturas com terras e adubo, irriga periodicamente e vai acompanhar após alguns meses, ou semanas o nascimento e desenvolvimento das plantas. Também decide construir um pequeno abrigo e colocar algumas mudas de sua planta de modo que dentro desse abrigo possa suprimir um pouco as variações de temperatura e suas fortes quedas, bem como da umidade. Após algum tempo ele verifica que houve uma combinação de experimentos que funcionou muito bem. Utilizando terra com um mistura especial de adubo, e plantando uma semente nesse composto em vaso de folhagem e mantendo em abrigo protegido (estufa) e também com as irrigações periódicas ele verificou ser essa a combinação de fatores mais positiva e assim conclui ser a melhor forma de cultivar suas pimentas no jardim de sua casa, mesmo sob o rigoroso inverno de sua cidade sulina.
Pois bem, essa pequena parábola mostra basicamente que se chegou a um resultado por meio de uma pesquisa. Embora esta tenha se realizada totalmente de maneira informal e sem métodos específicos, conseguiu se chegar a resultados satisfatórios, a novos meios e métodos de se obter os mesmos resultados ou resultados ainda melhores. Podemos concluir que seus vizinhos, utilizando a maneira tradicional terão pimentas cultivadas de qualidade inferior e em quantidade menor que a deste cidadão em questão. Assim partimos do caso específico para o geral, da parte para o todo, e vemos que este exemplo denota a realidade e o caminho pelo qual uma inovação passa.
Usando ainda o senso comum para o termo inovação, vemos que mesmo assim essa passou por uma pesquisa, apesar de empírica. Inovações ao acaso ou desenvolvidas empiricamente sempre aconteceram, e ainda acontecem, entretanto o "fruto do acaso" está cada vez mais raro. Atualmente as inovações tecnológicas demandam esforços de pesquisas não mais sob a forma de projetos, mas quase como a idéia de processos. Isto é, algo que acontece diuturnamente e não mais com começo, meio e fim. As tecnologias lançadas são facilmente superadas, o que demanda das empresas de bases tecnológicas constantes pesquisas e desenvolvimentos de modo a ter sempre "alguma" novidade.
Entretanto as empresas brasileiras ainda estão concentradas, na grande maioria, em apenas produzir e pouco em desenvolver. E desenvolvimento exige pesquisas. A realidade dos Tigres Asiáticos (novos e antigos) E.U.A, Japão entre outros, é de o pesquisador de alguma forma estar atuando dentro das realidades fabris das empresas pesquisando e desenvolvendo tecnologias. Seja por contratação da própria empresa, seja por meio de institutos de pesquisa e universidades em parcerias com as corporações.
No Brasil, entretanto, essa é uma realidade distante. Um abismo gigante se forma entre as empresas e as universidades. O ditado de que a teoria não vale nada, ou aquela frase "na prática a realidade é bem diferente da teoria" ainda é fortíssima nas empresas. Também a cultura de pesquisas nas universidades e nas demais escolas não é difundida e vista como castigo pelos alunos.
Embora estejamos atrasados sob esta ótica, é importante ressaltarmos que o Brasil figura entre os países que mais produzem artigos e publicações científicas. A despeito de estarmos exponencialmente longe do número de publicações dos E.U.A e Japão, e abaixo também da própria China, temos nos saído bem no cenário mundial (em termos de publicações e estudos). Entretanto, e como já dito, não conseguimos traduzir toda essa teoria, a pesquisa desenvolvida em tecnologia aplicada. Em outras palavras, há uma distancia descomunal entre as universidades que pesquisam e as empresas que produzem. Não está se traduzindo em benefícios todas essas publicações e descobertas científicas. Se por um lado falta apoio governamental, falta também a predisposição da iniciativa privada, é um círculo vicioso.
Assim, concluímos que é grande a importância da pesquisa no processo de inovação, destacando que a pesquisa informal, ou descobertas ao acaso estão cada vez mais escassas no terreno da inovação e que esta mesma inovação é e será um ponto fundamental para o desenvolvimento como um todo seja social, econômico ou ambiental.
É isso aí amigos, na próxima semana falaremos acerca da diferença entre inovação e invenção.
Forte abraço da equipe SEVEN.